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Paliperidona

Detalhes:

Tipo:

Antipsicótico atípico

Classe:

Antagonista de receptores de dopamina D2 e serotonina 5-HT2A

Opções comerciais:

Referência:

Invega (Janssen-Cilag)

Similares:

Não há outras marcas disponíveis no Brasil

Resumo da Medicação: Paliperidona

1. O que é a Paliperidona e como funciona?


A Paliperidona é um antipsicótico atípico (de segunda geração) utilizado no tratamento de transtornos psiquiátricos. É o principal metabólito ativo da risperidona, ou seja, é uma forma modificada da risperidona que já está ativa no organismo.

Ela age bloqueando os receptores de dopamina (D2) e serotonina (5-HT2A) no cérebro, o que ajuda a controlar os sintomas psicóticos e estabilizar o humor. Além disso, a Paliperidona também interage com outros receptores (adrenérgicos, histamínicos e colinérgicos), o que contribui para seus efeitos terapêuticos e colaterais.

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2. Indicações principais


A Paliperidona é indicada para:

1. Esquizofrenia:

- Tratamento de sintomas positivos (alucinações, delírios) e negativos (apatia, retraimento social).

- Prevenção de recaídas em pacientes estabilizados.

2. Transtorno esquizoafetivo:

- Para tratar sintomas psicóticos e sintomas de humor (depressão ou mania).

3. Outros transtornos psicóticos (off-label):

- Pode ser usada em casos específicos de psicoses induzidas por drogas ou outros transtornos relacionados.

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3. Formas de administração


A Paliperidona está disponível em duas formas principais:

1. Comprimidos de liberação prolongada:

- Permitem uma liberação gradual do medicamento no organismo, mantendo níveis estáveis no sangue.

2. Injeções de longa duração (Paliperidona palmitato):

- Administradas mensalmente ou a cada 3 meses, para garantir adesão ao tratamento e evitar recaídas.

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4. Efeitos colaterais comuns


Os efeitos colaterais da Paliperidona estão relacionados à sua ação nos receptores de dopamina, serotonina e outros sistemas. Os mais comuns incluem:

- Sonolência ou sedação:

- Devido à interação com receptores de histamina.

- Ganho de peso:

- Relacionado à ação nos receptores de serotonina e histamina.

- Tontura:

- Especialmente ao iniciar o tratamento.

- Aumento do apetite:

- Comum durante o uso prolongado.

- Tremores ou rigidez muscular:

- Sintomas extrapiramidais leves podem ocorrer.

- Boca seca:

- Devido ao efeito colinérgico.

- Alterações no ciclo menstrual ou disfunção sexual:

- Devido ao aumento da prolactina.

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5. Efeitos colaterais metabólicos


Assim como outros antipsicóticos atípicos, a Paliperidona pode causar:

- Aumento da glicemia:

- Risco de diabetes tipo 2 em alguns pacientes.

- Dislipidemia:

- Alterações no colesterol e triglicerídeos.

- Síndrome metabólica:

- Combinação de obesidade, hipertensão, hiperglicemia e dislipidemia.

Nota: Monitoramento regular de peso, glicemia e perfil lipídico é essencial.

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6. Efeitos colaterais graves (raros)


- Síndrome neuroléptica maligna:

- Condição rara e grave, caracterizada por febre alta, rigidez muscular, confusão mental e instabilidade autonômica.

- Discinesia tardia:

- Movimentos involuntários persistentes, mais comuns com uso prolongado.

- Prolongamento do intervalo QT:

- Pode causar arritmias cardíacas em indivíduos predispostos.

- Agranulocitose:

- Redução grave de glóbulos brancos, aumentando o risco de infecções.

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7. Contraindicações


A Paliperidona não deve ser usada em pacientes com:

- Hipersensibilidade à Paliperidona, Risperidona ou a qualquer componente da fórmula.

- Histórico de síndrome neuroléptica maligna.

- Prolongamento congênito do intervalo QT ou uso de medicamentos que prolongam o QT.

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8. Posologia (doses comumente utilizadas)


- Esquizofrenia (comprimidos de liberação prolongada):

- Dose inicial: 6 mg uma vez ao dia.

- Dose de manutenção: 3-12 mg/dia, dependendo da resposta clínica.

- Esquizofrenia (injeção de longa duração):

- Injeção mensal (Paliperidona palmitato 1 mês):

- Dose inicial: 150 mg no 1º dia e 100 mg no 8º dia, seguidos por doses mensais de 75-150 mg.

- Injeção trimestral (Paliperidona palmitato 3 meses):

- Após estabilização com a injeção mensal, administra-se a dose trimestral ajustada (por exemplo, 350 mg ou 525 mg).

Importante: A dose deve ser ajustada individualmente, considerando a resposta clínica e os efeitos colaterais.

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9. Cuidados especiais


- Idosos:

- Devem usar doses mais baixas, especialmente se apresentarem comprometimento renal ou maior sensibilidade aos efeitos colaterais.

- Comprometimento renal:

- A dose deve ser ajustada em pacientes com insuficiência renal.

- Monitoramento metabólico:

- Monitorar regularmente peso, glicemia, perfil lipídico e pressão arterial.

- Interrupção do tratamento:

- A retirada deve ser feita gradualmente para evitar sintomas de abstinência, como insônia e ansiedade.

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10. Interações medicamentosas


A Paliperidona pode interagir com vários medicamentos, como:

- Depressores do sistema nervoso central (álcool, benzodiazepínicos):

- Potencializam a sedação.

- Antihipertensivos:

- Podem aumentar o risco de hipotensão.

- Medicamentos que prolongam o intervalo QT:

- Aumentam o risco de arritmias cardíacas.

- Carbamazepina:

- Pode reduzir os níveis de Paliperidona no sangue.

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11. Perguntas Frequentes (FAQ)


Quanto tempo leva para fazer efeito?

- Os efeitos antipsicóticos podem começar a ser percebidos em 1-2 semanas, mas a resposta completa pode levar várias semanas.

A Paliperidona causa dependência?

- Não, a Paliperidona não causa dependência, mas a interrupção abrupta pode causar sintomas de abstinência.

Pode ser usada durante a gravidez?

- Deve ser usada com cautela durante a gravidez e somente se os benefícios superarem os riscos. Consulte o médico.

É segura para crianças?

- A Paliperidona é aprovada para uso em adolescentes (12-17 anos) com esquizofrenia em algumas situações, mas sempre sob orientação médica.

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Resumo Final


A Paliperidona é um antipsicótico eficaz no tratamento de esquizofrenia e transtorno esquizoafetivo, com boa tolerabilidade e opções de administração oral e injetável de longa duração. Apesar de seus benefícios, ela apresenta efeitos colaterais, como ganho de peso e alterações metabólicas, que exigem monitoramento regular. O uso deve ser sempre supervisionado por um médico, com ajustes de dose e acompanhamento cuidadoso para minimizar riscos e maximizar os benefícios.

Referências

Stahl, Stephen M. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl : guia de prescrição – 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.

Cordioli, Aristides V. Psicofármacos : consulta rápida - 5. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2015.

Goldberg, Joseph F. Psicofarmacologia prática - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.

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