Olanzapina
Detalhes:
Tipo:
Antipsicótico atípico
Classe:
Antagonista de receptores de dopamina e serotonina
Opções comerciais:
Referência:
Zyprexa (Eli Lilly)
Similares:
Olanzapina (EMS): Comprimidos (5 mg, 10 mg)
Resumo da Medicação: Olanzapina
1. O que é a Olanzapina e como funciona?
A Olanzapina é um antipsicótico atípico (de segunda geração) utilizado no tratamento de transtornos psiquiátricos. Ela age bloqueando receptores de dopamina (D2) e serotonina (5-HT2A) no sistema nervoso central, o que ajuda a regular os desequilíbrios químicos no cérebro associados a psicoses e outros transtornos mentais.
Além disso, a Olanzapina também interage com outros receptores, como os de histamina (H1), acetilcolina (muscarínicos) e adrenalina (alfa-1), o que contribui para seus efeitos terapêuticos e colaterais.
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2. Indicações principais
A Olanzapina é indicada para o tratamento de:
1. Esquizofrenia:
- Para reduzir sintomas positivos (como alucinações e delírios) e negativos (como apatia e retraimento social).
2. Transtorno bipolar:
- Episódios de mania aguda, mistos ou como terapia de manutenção para prevenir recaídas.
- Pode ser usada em combinação com outros estabilizadores de humor, como o lítio ou o valproato.
3. Depressão resistente (em combinação com antidepressivos):
- Para pacientes que não respondem adequadamente a antidepressivos isolados.
4. Transtornos psicóticos induzidos por drogas (off-label):
- Como em casos de psicoses associadas ao uso de anfetaminas ou cocaína.
5. Síndrome de Tourette ou transtornos de comportamento (off-label):
- Em algumas situações específicas, sob orientação médica.
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3. Efeitos colaterais comuns
Os efeitos colaterais da Olanzapina estão relacionados à sua ação em múltiplos receptores no cérebro. Os mais comuns incluem:
- Sonolência e sedação:
- Devido ao bloqueio dos receptores de histamina (H1).
- Ganho de peso:
- Um dos efeitos mais frequentes, associado à ação nos receptores de serotonina e histamina.
- Aumento do apetite:
- Relacionado ao efeito nos receptores de serotonina.
- Boca seca:
- Devido ao bloqueio dos receptores muscarínicos (anticolinérgico).
- Tontura:
- Associada ao bloqueio dos receptores alfa-1 adrenérgicos.
- Constipação:
- Relacionada ao efeito anticolinérgico.
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4. Efeitos colaterais metabólicos
A Olanzapina pode causar alterações metabólicas significativas, incluindo:
- Aumento dos níveis de glicose no sangue:
- Risco de diabetes tipo 2.
- Dislipidemia:
- Elevação do colesterol e triglicerídeos.
- Síndrome metabólica:
- Combinação de obesidade abdominal, hipertensão, hiperglicemia e dislipidemia.
Nota: O monitoramento regular de peso, glicemia e perfil lipídico é essencial durante o tratamento.
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5. Efeitos colaterais graves (raros)
- Síndrome neuroléptica maligna:
- Uma condição rara, mas grave, caracterizada por febre alta, rigidez muscular, confusão mental e instabilidade autonômica.
- Discinesia tardia:
- Movimentos involuntários e persistentes, mais comuns com o uso prolongado.
- Prolongamento do intervalo QT:
- Pode causar arritmias cardíacas em pacientes predispostos.
- Agranulocitose:
- Redução grave de glóbulos brancos, aumentando o risco de infecções.
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6. Contraindicações
A Olanzapina não deve ser usada em pacientes com:
- Hipersensibilidade conhecida à Olanzapina ou a qualquer componente da fórmula.
- Risco elevado de glaucoma de ângulo fechado (devido ao efeito anticolinérgico).
- Histórico de síndrome neuroléptica maligna.
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7. Posologia (doses comumente utilizadas)
- Esquizofrenia:
- Dose inicial: 5-10 mg uma vez ao dia.
- Dose de manutenção: 10-20 mg/dia.
- Transtorno bipolar (mania aguda):
- Dose inicial: 10-15 mg uma vez ao dia.
- Ajustes podem ser feitos até uma dose máxima de 20 mg/dia.
- Depressão resistente (em combinação com antidepressivo):
- Dose inicial: 5-10 mg/dia, podendo ser ajustada conforme necessário.
Importante: A dose deve ser ajustada individualmente, considerando a resposta clínica e os efeitos colaterais.
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8. Cuidados especiais
- Idosos:
- Devem usar doses mais baixas, pois são mais sensíveis aos efeitos sedativos e anticolinérgicos.
- Monitoramento metabólico:
- É essencial monitorar regularmente peso, glicemia, perfil lipídico e pressão arterial.
- Interrupção do tratamento:
- A retirada deve ser feita gradualmente para evitar sintomas de abstinência, como insônia, náusea e ansiedade.
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9. Interações medicamentosas
A Olanzapina pode interagir com vários medicamentos, como:
- Depressores do sistema nervoso central (álcool, benzodiazepínicos):
- Potencializam a sedação.
- Antihipertensivos:
- Podem aumentar o risco de hipotensão.
- Carbamazepina:
- Pode reduzir os níveis de Olanzapina no sangue.
- Fluoxetina:
- Pode aumentar os níveis de Olanzapina no sangue, potencializando seus efeitos.
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10. Perguntas Frequentes (FAQ)
Quanto tempo leva para fazer efeito?
- Os efeitos antipsicóticos podem começar a ser percebidos em 1-2 semanas, mas a resposta completa pode levar várias semanas.
A Olanzapina causa dependência?
- Não, a Olanzapina não causa dependência, mas a interrupção abrupta pode causar sintomas de abstinência.
Pode ser usada durante a gravidez?
- Deve ser usada com cautela durante a gravidez e somente se os benefícios superarem os riscos. Consulte o médico.
É segura para crianças?
- A Olanzapina não é aprovada para uso em crianças na maioria das indicações, mas pode ser usada em situações específicas sob orientação médica.
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Resumo Final
A Olanzapina é um medicamento eficaz para o tratamento de esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão resistente. Apesar de seus benefícios, ela apresenta efeitos colaterais significativos, especialmente relacionados ao ganho de peso e alterações metabólicas. Por isso, o uso deve ser acompanhado de perto por um médico, com monitoramento regular de parâmetros metabólicos e ajustes de dose conforme necessário.
Referências
Stahl, Stephen M. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl : guia de prescrição – 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.
Cordioli, Aristides V. Psicofármacos : consulta rápida - 5. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2015.
Goldberg, Joseph F. Psicofarmacologia prática - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.