Duloxetina
Detalhes:
Tipo:
Antidepressivo
Classe:
Inibidor seletivo da recaptação de serotonina e noradrenalina
Opções comerciais:
Referência:
Cymbalta (Eli Lilly)
Similares:
Duloxetina (EMS): Cápsulas (30 mg, 60 mg); Duloxetina (Medley): Cápsulas (30 mg, 60 mg)
Resumo da Medicação: Duloxetina
1. Como a Duloxetina funciona no corpo
A Duloxetina é um antidepressivo da classe dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Ela atua aumentando os níveis de serotonina e noradrenalina no cérebro, neurotransmissores que regulam o humor, a dor e outras funções. Além de tratar sintomas de depressão e ansiedade, a Duloxetina também é eficaz no manejo da dor crônica, pois interfere na forma como o cérebro processa os sinais de dor.
---
2. Indicações principais
A Duloxetina é indicada para:
- Transtorno depressivo maior (TDM): Tratamento de episódios de depressão moderada a grave.
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): Redução de sintomas como preocupação excessiva e tensão.
- Dor neuropática periférica: Associada ao diabetes (neuropatia diabética).
- Fibromialgia: Alívio da dor crônica e melhora da qualidade de vida.
- Dor musculoesquelética crônica: Como dor lombar ou osteoartrite.
---
3. Efeitos colaterais comuns e por que eles acontecem
A Duloxetina pode causar efeitos colaterais, especialmente no início do tratamento ou com ajustes de dose. Os mais comuns incluem:
- Náusea: Ocorre devido à ação inicial no sistema digestivo.
- Boca seca: Relacionada à redução da produção de saliva.
- Tontura: Decorre da ação no sistema nervoso central.
- Sonolência ou insônia: Dependendo do indivíduo, pode causar cansaço excessivo ou dificuldade para dormir.
- Sudorese excessiva: Decorre do impacto nos neurotransmissores que regulam a temperatura corporal.
- Diminuição do apetite: Pode levar a perda de peso em algumas pessoas.
- Constipação: Devido à redução da motilidade intestinal.
- Aumento da pressão arterial: Em alguns casos, especialmente em doses mais altas.
Efeitos mais graves (raros):
- Síndrome serotoninérgica: Excesso de serotonina, com sintomas como confusão, febre alta, tremores e rigidez muscular.
- Ideação suicida: Pode ocorrer, especialmente em jovens e adolescentes no início do tratamento.
- Hepatotoxicidade: Risco aumentado em pessoas com histórico de problemas hepáticos ou que consomem álcool em excesso.
---
4. O que fazer a respeito dos efeitos colaterais
Aqui estão algumas dicas para lidar com os efeitos colaterais:
- Náusea: Tome o medicamento com alimentos e prefira horários fixos.
- Boca seca: Beba água com frequência, masque chicletes sem açúcar ou use substitutos de saliva.
- Insônia: Caso tenha dificuldade para dormir, tome a medicação pela manhã.
- Constipação: Aumente a ingestão de fibras e líquidos na dieta.
- Tontura: Levante-se lentamente ao mudar de posição para evitar quedas.
Atenção: Informe o médico imediatamente se apresentar sintomas graves, como febre alta, confusão ou sinais de hepatotoxicidade (amarelamento da pele ou olhos, dor abdominal).
---
5. Doses comumente utilizadas
As doses de Duloxetina variam de acordo com a condição tratada. Exemplos de doses incluem:
- Transtorno depressivo maior:
- Dose inicial: 30 mg a 60 mg uma vez ao dia.
- Dose de manutenção: 60 mg por dia.
- Dose máxima: 120 mg por dia, dividida em duas doses.
- Transtorno de ansiedade generalizada:
- Dose inicial: 30 mg uma vez ao dia, podendo ser aumentada para 60 mg por dia.
- Dose máxima: 120 mg por dia.
- Dor neuropática ou fibromialgia:
- Dose inicial: 30 mg por dia, com aumento gradual para 60 mg por dia, dependendo da resposta.
Importante: A dose deve ser ajustada conforme orientação médica e nunca interrompida abruptamente, devido ao risco de sintomas de abstinência.
---
6. Perguntas Frequentes (FAQ)
Quanto tempo leva para a Duloxetina fazer efeito?
Os efeitos iniciais podem ser percebidos em 1 a 2 semanas, mas os benefícios completos geralmente levam 4 a 6 semanas.
A Duloxetina causa dependência?
Não, a Duloxetina não causa dependência química. No entanto, a interrupção abrupta pode causar sintomas de abstinência, como tontura, irritabilidade, insônia e náusea. Sempre reduza a dose gradualmente sob orientação médica.
O que fazer se eu esquecer uma dose?
Tome a dose esquecida assim que lembrar. Se estiver próximo do horário da próxima dose, pule a dose esquecida. Nunca tome uma dose dupla.
É seguro usar Duloxetina durante a gravidez?
O uso deve ser avaliado caso a caso. Pode haver riscos para o feto, especialmente no terceiro trimestre, mas o médico deve pesar os benefícios e riscos para a mãe e o bebê.
Pode ser usada em idosos?
Sim, mas com cautela. Idosos podem ser mais suscetíveis a efeitos colaterais, como tontura e alterações na pressão arterial.
---
7. Cuidados Especiais
- Monitoramento médico: É importante monitorar a função hepática e a pressão arterial regularmente.
- Evite álcool: O consumo de álcool pode aumentar o risco de danos ao fígado.
- Não interrompa abruptamente: A interrupção repentina pode causar sintomas de abstinência. Sempre reduza a dose gradualmente sob orientação médica.
- Interações medicamentosas: Informe seu médico sobre todos os medicamentos que está usando, especialmente outros antidepressivos, anticoagulantes ou anti-inflamatórios, devido ao risco de interações.
---
Resumo Final
A Duloxetina é um medicamento eficaz para tratar depressão, ansiedade e dores crônicas, como neuropatia diabética e fibromialgia. Embora geralmente bem tolerada, pode causar efeitos colaterais como náusea, boca seca e tontura, especialmente no início do tratamento. Seu uso requer acompanhamento médico, especialmente para monitorar possíveis efeitos no fígado e na pressão arterial. Sempre siga as orientações do médico e informe qualquer sintoma incomum ou grave.
Referências
Stahl, Stephen M. Fundamentos de psicofarmacologia de Stahl : guia de prescrição – 6. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.
Cordioli, Aristides V. Psicofármacos : consulta rápida - 5. ed. - Porto Alegre: Artmed, 2015.
Goldberg, Joseph F. Psicofarmacologia prática - 1. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.